Nilton Fukuda/AE
"Polícia cercou sobrado onde homem armado entrou"
SÃO PAULO - Depois de atirar em três pessoas na manhã desta quinta-feira, 18, um homem de 32 anos foi cercado por policiais militares em sua casa, na Rua Castro Alves, bairro da Aclimação, no centro de São Paulo. O suspeito está dentro do sobrado e PMs, incluindo uma equipe do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), negociam sua rendição.
A polícia foi acionada por volta das 8h30 e encontrou um oficial de justiça, uma psicóloga e um enfermeiro caídos no chão. As três vítimas baleadas foram socorridas pela própria PM.
Os três feridos - dois homens, com 49 e 37 anos, e a mulher, de 45 anos - foram encaminhados ao Pronto Socorro do Hospital do Servidor Público Municipal, e estão em estado estável, informou a Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com um vizinho que trabalhava em uma oficina mecânica próxima, a psicóloga morava com o suspeito.
Segundo a polícia, o homem teria reagido quando o oficial tentou cumprir uma ordem de interdição judicial na residência - a medida transmite a responsabilidade por determinada pessoa para os familiares. Sua mãe, que acompanha as negociações no local, disse que o filho possui problemas mentais e tem diversas armas em casa, o que leva a PM a isolar a rua e evitar invadir a casa.
Peça judicial. Em negociação com os policiais por celular, o homem, chamado Fernando, chegou a atirar contra os agentes que fazem o cerco, atingindo o escudo de proteção de um deles. Segundo o comandante da operação, o tenente-coronel Marcelo Pignatari, o homem chegou a ler por diversas vezes a peça judicial que lhe foi entregue.
"A conversa não é fácil por ele estar bastante perturbado por uma medida judicial", disse o comandante à Record. "É uma pessoa que demonstra bastante perturbação e agitação. Estamos tentando convencer que o melhor que ele faz é se entregar. O comandante garantiu que a situação está sob controle e não há riscos para os vizinhos.
Fernando disse por celular que está ferido, não se sabe se por ter entrado em luta corporal com os funcionários da Justiça ou com familiares.
O estadão.com.br entrou em contato com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), mas até as 12h o órgão não havia confirmado a identidade do oficial de justiça e o motivo de sua visita.
Clima. O cerco feito pela polícia interditou parte da Rua Castro Alves, entre a Rua Safira e a Avenida Armando Ferrentini, ao lado do Parque da Aclimação. Com a rotina afetada, diversos comerciantes fecharam as portas e moradores, orientados pela polícia, aguardam dentro de casa o desfecho da ocorrência. "Quando a gente abre a porta para dar uma olhada já pedem pra nos trancarmos", disse Hideraldo Luis Pereira, funcionário de uma imobiliária a 25 metros do local.
Uma escola de idiomas a 300 metros do local cancelou uma reunião de pais que teria durante a tarde por conta da situação. De acordo com uma funcionária, que não se identificou, o portão foi fechado e, embora não haja impedimento, as pessoas que trabalham no local estão evitando sair. "Estamos a uma relativa distância, mas reforçamos a segurança por precaução", disse. A unidade já não teria aulas nesta quarta.
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